NOTICIAS: PRODUÇÃO DE TAMARILHOS EM PORTUGAL
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) obtiveram, através de "técnicas de clonagem", um "conjunto de plantas seleccionadas" de tamarilho "altamente promissoras para afirmar a produção e consumo deste fruto exótico" em Portugal.
A partir de material vegetal proveniente de diferentes origens, designadamente da Madeira e dos Açores (onde há pequenas produções), os investigadores conseguiram desenvolver "um método de clonagem por embriogénese somática" (processo que permite "multiplicar plantas seleccionadas") do tamarilho, anunciou hoje a UC.
Fruto originário da América do Sul, "ainda pouco conhecido em Portugal", tanto pela população como pelos produtores e pela indústria, o tamarilho possui "características nutricionais muito interessantes, devido ao elevado índice antioxidante e baixo teor calórico".
A técnica utilizada pelos investigadores permite a manutenção, através das plantas seleccionadas, das “características originais com interesse e garantir uma produção rápida e resistente”, como, por exemplo, a “pragas e intempéries”, o que “no caso do tamarilho assume grande importância, já que é uma fruteira muito sensível às geadas”.
Os métodos convencionais de propagação por semente “não permitem manter a qualidade da planta mãe”, salienta a bióloga Sandra Correia, que desenvolveu a sua tese de doutoramento no âmbito desta pesquisa.
Os resultados da investigação, desenvolvida no Centro de Ecologia Funcional da UC, têm um grande potencial de aplicação na gastronomia e na indústria, acredita Jorge Canhoto, coordenador do estudo.
“Há dez anos”, o mirtilo “também não era conhecido em Portugal e agora, não só é muito consumido”, como também é já significativa a sua exportação, refere o especialista, sublinhando que existe “plantas, os genótipos de excelência e a tecnologia para transferir para indústria”.
Trata-se de “um nicho económico a explorar”, sustentam os autores do estudo, sublinhando que “a designada gastronomia gourmet aposta em produtos novos e o tamarilho, devido à sua característica agridoce, pode fazer diferença no cardápio” – é um fruto “excelente para inovar e surpreender nos doces, sumos, compotas e pratos gastronómicos”.
Com um ensaio piloto em curso no Jardim Botânico da UC, os investigadores tencionam “micropropagar plantas em larga escala”, no âmbito da UC InProplant, uma associação estabelecida entre a UC e a empresa InProplant, que tem como principais áreas de actuação os sectores agro-frutícola e florestal.
Fonte: Lusa
Daqui a pouco tempo os tamarilhos vão começar a amadureçer