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BAGAS GOJI

O blogue sobre divulgação, promoção e cultivo de várias espécies de plantas frutíferas pouco comuns em Portugal.

O blogue sobre divulgação, promoção e cultivo de várias espécies de plantas frutíferas pouco comuns em Portugal.

BAGAS GOJI

29
Ago12

UM ANO DE BAGAS GOJI

Marco Rebelo
O blogue das bagas está a fazer 1 ano e é como uma planta, vai sendo alimentada e lá vai crescendo, crescendo aos poucos, e vai dando frutos... que partilha com toda a gente.
 

Foi mais ou menos há um ano que ouvi falar sobre gojis. Aconteceu ler numa revista qualquer, uma reportagem á cerca das dietas especiais de algumas estrelas de cinema, cantores e outra gente famosa como a Madonna, Oprah Winfrey, etc. Incluiam gojis na sua alimentação, principalmente por terem propriedades antioxidantes e anti-envelhecimento.

Pouco tempo depois, vi por coincidência á venda num supermercado, esses tais gojis secos em pacotes. Achei curioso nunca ter antes ouvido falar. Parecia ser uma coisa nova que estava agora na moda. Ninguém que eu conhecesse tinha ouvido falar deste fruto. Achei piada e comecei a investigar sobre isso. A internet foi o único sitio onde consegui arranjar informação sobre os gojis. Pesquisei em blogues, videos do youtube, etc. Parecia ser bastante simples o cultivo e acabei por fazer um blog para divulgar as informações sobre as experiências sobre o cultivo experimental desta espécie, aproveitando também para falar de outras igualmente interessantes.

 
  
 

A minha actividade profissional nada tem haver com frutas nem com produtos naturais, mas sempre gostei das plantas e da natureza em geral. O blogue Bagas de Goji é acima de tudo um diário de um pequeno passatempo. Por um lado é um espaço simples de partilha de informações úteis que está aberto a toda a gente, por outro tem também o objectivo de fazer nascer o interesse de todos sobre as plantas e hortas caseiras. Espero que, nesta altura de crise, o blogue dê ideias a quem o lê e que tenha um efeito "motivador" ao aproveitamento de espaços que muitos de nós temos em casa e que por vezes não são aproveitados.

 

Por último, um agradecimento a toda a gente que comenta e que envia mensagens, em especial á minha querida Ana Santos pela sua disponibilidade em partilhar as suas informações e experiências pessoais. Ela irá continuar certamente a participar no blogue sempre que haja novidades. Para quem quizer também partilhar as suas experiências o blogue continua aberto a toda a gente. Comentários são sempre vem vindos, assim como envio que fotos e informações que se revelarem interessantes poderão ser publicadas, partilhando-as desta forma com toda a gente.

 

Por agora fica um ponto da situação de algumas das plantas cá de casa que temos vindo a acompanhar:

 

Gojis


 

São 6 plantas semeadas há um ano e meio e estão actualmente a produzir bastantes bagas. Amadurecem com rapidez e todos os dias é possivel apanhar um punhado delas bem vermelhas. Por terem esta cor as bagas atraem os pardais ladrões que as devoram. Há que usar todos os meios possiveis de os espantar. Para isso, e neste caso, foram pendurados novamente por fios alguns cd´s velhos que reflectem o sol mas não é um metodo 100% eficaz visto todos os dias aparecerem bagas meias comidas e outras caídas pelo chão. Mas enfim, coitada da passarada, não há muito mais a fazer para os evitar. E até a minha tartaruga aquática gosta de bagas maduras, talvez por serem doces...

 

Há quem diga que só se podem comer cerca de 20 bagas ou 15 gramas por dia. Eu não acredito muito nisso. Tal como outra fruta qualquer, é lógico que não se pode exagerar no seu consumo, sob pena de sentirmos umas "dores de barriga"...

 

 

 
 

 

Feijoa


 

Sobre a feijoa que me foi dada o ano passado não há grandes novidades. Aguentou-se bem durante o inverno e não sofreu nenhum tipo de dano causado por pragas. Tem crescido normalmente, após ter sido mudada para um vaso grande e por agora vai manter-se por lá.

 

Tenho reparado em vários viveiros que esta planta até frutifica com relativa facilidade mesmo em vasos pequenos. Esta é a altura do ano em que elas florescem  e dão os seus frutos de cor verde. É uma planta que também tem usos ornamentais por ter flores vermelhas apelativas. Acontece até, certos viveiros e hortos disponibilizarem para aluguer vasos de feijoa em flor para exposições, festas e outros eventos.

 

Estou curioso por provar o fruto porque nunca tive a oportunidade nem sequer vi á venda em lado nenhum. Talvez para o ano a feijoa dê alguns frutos.

 

 

 

Araçá Vermelho


 

Os araçás, frutos do araçazeiro, são também conhecidos nos Açores como "araçais" onde a planta é conhecida pelo nome de "araçaleiro". Sendo originários da floresta amazónica do Brasil, são bastante comuns nos Açores e na Madeira e parece que se dão bem nas zonas litorais de Portugal continental onde o clima é mais ameno.

Há que ter alguma paciência quando se semeia araçás visto levarem bastante tempo até começarem a germinar. Mas apesar disto, esta parece ser uma forma simples de obter este tipo de plantas.

 

Os araçazeiros cá de casa têm tido um crescimento lento mas parece que é mesmo assim. Esta espécie de araçás dá frutos vermelhos, dizem que são mais doces e saborosos que os araçás amarelos. Por agora vão ser mantidos nos recipientes visto ainda serem pequenos. Quando crescerem mais um pouco serão transplantados para os lugares definitivos. Estas plantas têm folha perene, vamos ver se resistem bem ás geadas do próximo inverno.

O mês da frutificação é mais lá para Outubro. É provável que não dêem frutos nem para o próximo ano.

Em viveiros ou hortos o preço de um vaso de araçazeiro pode custar 6 a 7 euros.

 

 

 

Anona


 

As sementes que foram semeadas são de anonas da Madeira, da espécie Annona cherimola Mill. Na Madeira frutificam no período que vai de Novembro a Janeiro e existem duas variedades, facilmente distinguíveis pela casca; a Anona "cherimola" , a mais apreciada, pois a casca é mais fina, com poucas sementes, polpa dura e doce, comum em terrenos secos; e a Anona "squamosa", que como o próprio nome indica tem uma casca grossa, com muitas escamas, polpa cremosa recheada de sementes, não sendo tão doce como a lisa, mas na mesma deliciosa, é comum em terrenos regadios, ou menos secos.

 

Ainda sobre as sementes, convém que sejam semeadas logo que são retirados dos frutos. Assim foi e todas germinaram, apesar de muitas delas não terem vingado. Logo que começaram a irromper da terra algumas delas ficaram com as folhas presas na casca da própria semente. Passado algum tempo atrofiaram e acabaram por morrer. A causa provável terá sido talvez a pouca profundidade a que foram enterradas. Convém serem enterradas a cerca de 2 cms de profundidade, fazendo com que á medida que a planta germina, a casca que é bastante dura, fique presa na terra e não suba até á superficie.

Mesmo assim houve anonas mais que suficientes, 3 delas nasceram normalmente e estão a crescer lentamente, 2 delas mais desenvolvidas transplantadas para vasos maiores. De entre as várias espécies de anonas existentes no mundo, esta é uma das mais tolerantes ao frio. Dizem que a propagação por sementes não é muito utilizada devido a menor qualidade dos frutos comparando á propagação por enxertia. Mesmo assim vamos esperar para ver.

 

 

 

Granadilha


 

São 3 plantas e têm crescido muito lentamente. Foi feita alguma pesquisa sobre isso, e parece que no verão é normal estas plantas crescerem mais devagar e que até suportam bem o inverno. Gostam de solo rico em matéria orgânica e bastante água. Quando crescerem mais um pouco serão transplantadas e vão precisar de uma ramada tal qual como os maracujás roxos.

Das espécies de temos vindo a falar, esta é talvez a que menor sucesso poderá ter, no que toca a dar frutos. Mas vamos continuar a experimentar e ter esperança.

 

 

 

 

Maracujá Roxo


 

O pé de maracujá roxo está agora com flores e frutos verdes. Quando começarem a ficar roxos é sinal que estão a amadureçer. A cor roxa ou púrpura deve-se á presença de Antocianina na casca. Em Setembro, em principio, já teremos frutos maduros.

 

Os maracujazeiros são plantas bastante produtivas mesmo em Portugal. São de fácil trato, requerem apenas água e algum espaço com suportes para o toturamento das plantas. Por exemplo uma pequena latada ou ramada do tipo daquelas que são usadas nas vinhas pode ser o ideal. Por serem plantas trepadeiras á medida que vão crescendo desenvolvem gavinhas que têm a função de agarrar outros ramos, paus, ou outro objecto que sirva de apoio ao desenvolvimento das plantas.

A cada 2-3 anos convém renovar os maracujazeiros semeando novos.

 

 
21
Ago12

FRAMBOESA (Rubus idaeus)

Marco Rebelo

As framboesas são uma fruta que faz lembrar o verão. Gosto delas principalmente em batidos simples com leite. Mas há mesmo muita gente que nem sabe o que é, nem que nunca provou este fruto. Tal como as amoras ou os mirtilos, as framboesas não fazem parte dos frutos habitualmente consumidos pelos portugueses. E Portugal até possui das melhores regiões da europa com condições favoráveis ao seu cultivo.

Tal como os maracujás, também já tive framboesas no quintal cá de casa há uns anos atrás. Quem tem ou já teve esta planta em casa sabe que precisa de algum espaço, e como não tenho muito cá em casa, de momento não tenho framboesas. Esta é outra espécie de que vale a pena falar por ser uma planta de fácil trato, que nos recompensa com frutos deliciosos e nutritivos, para isso bastando termos em casa algum espaço.

Sei quem tem alguns pés. A Ana Santos, como não podia deixar de ser, tem alguns no seu quintal. E vai ser ela a contar-nos algumas coisas sobre esta fruta, algumas informações gerais e nomeadamente a experiência que ela tem tido com esta planta.

 

Classificação Cientifica:

 

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Ordem: Rosales

Familia: Rosaceae

Género: Rubus

Especie: R. idaeus

 

E porque não a framboesa!

por Ana Santos

Agora que é a altura das famosas flores começarem a brotar e mostrar todo o seu explendor...
Ofereceram-me meia dúzia de pés de framboesa ainda pequenos em Abril e resolvi plantá-los e relatar a experiência, mas primeiro há que a conhecer um pouco melhor.
Esta planta é nativa de várias partes da Europa e do Norte da América. Pertence à família da Rosaceae, género Rubus, que se encontra subdivida em 12 subgéneros: Chamaemorus, Dalibarda, Chamaebatus, Comaropsis, Cylactis, Orobatus, Dalibardastrum, Malacholatus, Anoplobatus, Idaeobatus, Lampobatus e Eubatus. As framboesas vermelhas, amarelas e pretas são as mais comuns. 

 

 

Floração e o Fruto

 

As primeiras florescem no Verão após um ano de crescimento vegetativo, após passar por um período de dormência durante o Inverno.

O tamanho e forma do receptáculo determinam o tamanho e forma do fruto. Os grãos de pólen variam em tamanho e número de poros. As flores segregam grandes quantidades de néctar, através de um anel carnudo na margem do receptáculo e dentro do anel de estames, podendo produzir até cerca de 1,4 mg de açucares por dia, e um total de 13 mg de néctar durante todo o período de floração. Este néctar rico e abundante juntamente com o pólen é altamente atrativo para os insetos polinizadores, principalmente a abelha doméstica .

A floração pode ocorrer durante 1 a 3 semanas. A queda das pétalas inicia-se 1 ou 2 dias após a abertura da flor.
O fruto avermelhado é um agregado de drupéolas formado pela junção de um grande número de ovários todos da mesma flor e aderentes a um receptáculo comum.

 

 

Raizes, Caule e Folhas


O sistema radicular da framboesa é fasciculado, desenvolvendo-se na sua maior parte nos primeiros 25 cm acima do solo, constituindo a estrutura perene da planta. As raízes podem apresentar até 20 mm de diâmetro, sendo no entanto a espessura de 3 a 4 mm a mais frequente. As raízes são mais grossas junto à base dos lançamentos. A disposição das raízes no solo é assimétrica, sendo influenciada pela competição entre plantas bem como pela rega e a adubação. É do sistema radicular que todos os anos surgem novos lançamentos.

Normalmente as folhas jovens e as dos ramos de fruto são trifoliadas, apresentando as folhas adultas cinco folíolos.
Os caules da framboesa (lançamentos) são geralmente cilíndricos, podendo ser lisos ou ostentar acúleos semelhantes a espinhos, e pêlos.

 

 

A Cultura em Portugal

 

Em cultura protegida consegue-se produzir framboesa durante praticamente todo o ano nas regiões do litoral alentejano, Algarve e Ribatejo e Oeste.
Na cultura de ar livre, é possível obter produção de framboesa entre Abril e Setembro, em quase todas as regiões, Portugal tem condições para produzir framboesa entre Outubro e Dezembro, período em que nenhum país consegue produzir. Esta é uma das mais valias que faz com que o sector tenha grande rentabilidade, sendo também uma das razões pelas quais as empresas de capital estrangeiros se têm vindo a instalar no nosso país.

Agentes ligados ao sector agricola estimam, para o periodo 2007-2013 um aumento na produção da framboesa de cerca de 300%. Todos os mercados do leste europeu são uma boa aposta para Portugal, pois têm elevados hábitos de consumo e não as conseguem produzir fora de época devido ao clima.

Há centenas de espécies cultivadas, algumas delas são: Heritage (a mais cultivada em todo o Mundo) Autumn Bliss, Himbo-Top, Joan Squire, Polka, etc.

A propagação da planta dá-se principalmente por estacas e por pedaços de raizes mas também podem ser utilizadas sementes.

 

 

Propriedades e utilizações

 

A framboesa, silvestre ou cultivada, tem poucas calorias e é rica em vitamina A, C, em sais minerais como cálcio, ferro e fósforo e fibras.

Pode ser utilizada na culinária no fabrico de polpas, compotas, doces, iogurte, etc.

É uma fruta que se deteriora rapidamente sendo encontrada facilmente congelada.

19
Ago12

NOTICIAS: ESTUDO DA NESTLÉ

Marco Rebelo

Estudo revela que o consumo de Bagas de Goji no leite pode fortalecer o sistema imunológico dos idosos

 

Os idosos que consomem as Bagas de Goji numa fórmula láctea podem fortalecer a sua capacidade de combater determinadas infeções, de acordo com um novo estudo desenvolvido pela Nestlé.

 

Os cientistas da empresa na Suíça e na China investigaram um grupo de pessoas chinesas saudáveis, com idades entre 65-70, se um suplemento diário de "lacto-wolfberry" (Bagas de Goji numa fórmula láctea) aumentaria a sua resposta imunitária a uma vacina contra a gripe sazonal.

 

O estudo, publicado na revista científica “Rejuvenation Research”, acredita-se ser o maior ensaio clínico randomizado controlado para avaliar o efeito de suplementos de Bagas de Goji sobre a resposta imunitária desta população.

 

Daqui resulta uma pesquisa mais adiantada publicada, realizada por cientistas da Nestlé, em lacto-wolfberry, uma mistura patenteada da empresa de proteínas lácteas e Bagas de Goji. Este estudo, realizado em colaboração com a Hong Kong Polytechnic University, descobriu que lacto-wolfberry tem ativado os antioxidantes naturais do fruto para ser mais facilmente disponível para o organismo após a ingestão.

 

"Acreditamos que este se poderia traduzir num benefício clínico, por exemplo, na redução da taxa de infeções respiratórias." Dr. Karine Vidal, cientista do Nestlé Research Center, na Suíça.

 

Resposta á vacinação: resultados

 

A Metade das 150 pessoas que participaram no estudo mais recente foi dada lacto-wolfberry numa sopa quente todos os dias durante três meses. À outra metade - o grupo controle - foi dado um tratamento simulado.

 

No dia 30 do estudo, todos os participantes receberam uma vacina contra a gripe sazonal.

 

Os cientistas mediram o nível de anticorpos específicos da gripe em cada participante, antes e depois da vacinação.

 

Os resultados mostraram que, apesar de todos os participantes terem aumentado os níveis de anticorpos específicos da gripe após a vacinação, aqueles que tinham consumido lacto-wolfberry tiveram maior aumento destes anticorpos do que os do grupo de controle que não consumiram.

 

Artigo tirado de: http://www.nestle.pt/empresa/Media/NewsAndFeatures/Pages/EstudoLacto-wolfberry.aspx

 

15
Ago12

SÃO JACINTO

Marco Rebelo

Chegámos á última parte do passeio.

Vamos sair da Torreira em direcção ao sul, até São Jacinto que fica no extremo da peninsula que começa em Ovar.

Apartir de agora a pista acaba mas continuamos na mesma por estrada. São mais 13 kms, mas devagar se vai ao longe...

É uma estrada sempre paralela á Ria e é um percurso bastante aprazível, uma vez que se encontra numa zona de pinhal, entre o Mar e a Ria. Aqui a pesca é o desporto mais frequente, vêem-se pescadores desportivos em quase toda a extensão. É também possível a prática de desportos náuticos nesta zona.

   

Reserva Natural das Dunas de São Jacinto. Um local a visitar.

 

Entramos na conhecida Reserva Natural das Dunas de São Jacinto. Esta reserva natural é uma área destinada á protecção de habitats, fauna e flora selvagens nesta zona.

Por exemplo, fazem parte da fauna animais como aves (garças, patos, milhafres, chapins, gaios, etc), mamiferos (texugos, lebres, raposas, etc) e várias espécies de reptéis e anfíbios.

  

 Já se vê ao longe o farol da barra.

  

A flora das dunas
 

A Reserva Natural das Dunas possui igualmente uma flora e vegetação rica e variada, fazem parte por exemplo o pinheiro-bravo e pinheiro-manso, tojo, camarinha, algumas espécies exóticas (acácia e o chorão) que foram introduzidas para fixar as areias e evitar a erosão.


A zona protegida das dunas. Estamos quase na praia.
 

 A praia de São Jacinto e as dunas. Uma extensão de 2,5 Kms.

  

Continuando, passamos o parque de campismo, e chegamos finalmente ao centro da freguesia, depois á praia, passamos por uma base aérea militar, pela igreja paroquial, até chegarmos á marginal, local para efectuar o indispensável passeio, apreciando as excelentes condições naturais e parando para descansar.

 

 Chegada á marginal. É possivel prosseguir para o lado de Aveiro usando a "lancha" ou o "ferry".

  

Barcos de pesca e barcos de recreio.

 

Vista da marginal. Onde está o Wally? {#emotions_dlg.benfica}

 

 Do outro lado da margem avista-se o Porto de Aveiro e o farol da Barra, que é o mais alto de Portugal.

 

Agora está na hora de voltar a casa...

05
Ago12

A RIA E O MAR

Marco Rebelo

A viagem continua...

Depois de termos feito uma paragem para visitar a árvore centenária de Veiros, vamos continuar o passeio.

Vamos prosseguir em direcção a Murtosa, com destino a São Jacinto num trajecto de cerca de 28 kms. Podemos usar a bicicleta e ir pela via ciclável construida há poucos anos e que nos vai levar directamente até á ria e ao mar. Esta terra foi abençoada pela geografia plana e podemos percorrer grandes percursos facilmente. A única subida que teremos pela frente será a ponte da Varela. Ir de bicicleta tem a vantagem de ir observando mais calmamente a natureza que nos vai rodeando pelo caminho e ir aproveitando para parar e descansar durante o percurso.

 

Mapa do trajecto.
 

Inicio da via ciclável. São cerca de 17 Kms até á praia.

   

Um dos inúmeros braços da ria.
 
A via ciclável corta pelo meio de pinhais e de terrenos agricolas. Já se vê a ponte ao fundo.
  
Ponte da Varela.
 
A ponte oferece segurança para quem passeia a pé ou de bicicleta.
 
Vista da ria do cimo da ponte.
  
A ria oferece uma vasta variedade de vida vegetal e animal. Flamingos na foto.
 

Á medida que vamos avançando, a grande variedade de flora e de fauna torna-se evidente. É uma região especialmente rica em aves e pode considerar-se uma zona de importância internacional, reconhecida como Zona de Protecção Especial. Além das cegonhas brancas, dos milhafres pretos, das garças, até existe uma colónia de flamingos que se estabeleceu a alguns anos atrás. Esta colónia de flamingos na ria de Aveiro tem crescido de ano para ano. As aves vêm do sul de Espanha e encontram nesta zona húmida de Aveiro condições ideais para se estabelecerem e reproduzirem. Aqueles que se observam na Ria têm uma pelagem mais clara do que o cor-de-rosa caracteristico devido ao tipo de alimentação, dizem.

 
Deixámos a ponte para trás e seguimos em direção á Torreira sempre pela pista.
 
Garboso, esbelto e único no mundo. O barco Moliceiro.
 

Chegámos á Murtosa. Toda a gente conhece os barcos moliceiros. Ainda se vêm na ria, são usados agora para passeios e turismo. Antigamente eram usados na apanha do moliço que era usado para fertilizar as terras agricolas. Mas à medida que as dificuldades de sobrevivência foram aumentando, agravadas por um grande declínio da apanha do moliço na Ria, a partir da década de 60, uma grande parte da população imigrou, principalmente para os EUA.

Actualmente o meio de subsistência desta região é a actividade agricola e piscicola.

 

Mas a Ria, não é a única riqueza desta terra, também o oceano Atlântico que banha toda esta costa, com praias de areias douradas e finas desde Ovar até Mira, oferece todo um património natural vasto e que faz deste território um dos mais belos e apetecíveis do país.

 

A Torreira fica entre a ria e o mar. Vista da marginal.
 
Chegamos á praia da Torreira.
 
A praia da Torreira tem um extenso areal.
 
Vista da Torreira do outro lado da Ria.
 

A Ria de Aveiro estende-se, pelo interior, paralelamente ao mar, numa distância de 47 kms e com uma largura máxima de 11 kms, no sentido Este-Oeste, desde Ovar até Mira.

A Ria é o resultado do recuo do mar, com a formação de cordões litorais que, a partir do séc. XVI, formaram uma laguna que constitui um dos mais importantes e belos acidentes hidrográficos da costa portuguesa.


Mas vamos deixar a praia e continuar. A partir de agora a pista acaba e vamos seguir por estrada até São Jacinto...
02
Ago12

ÁRVORE CENTENÁRIA

Marco Rebelo

Já estamos em agosto, época de férias para muita gente. Enquanto não há grandes desenvolvimentos sobre as plantas que temos vindo a abordar, vamos fazer uma pausa para sair da rotina e vamos aproveitar este calor e este bom tempo para fazer alguns passeios. Passeios a pé, de bicicleta, de barco... passeios pela nossa terra, onde há sempre alguma coisa nova para descobrir, neste caso alguma coisa de interessante para também dar a conhecer. É importante conhecer e aprender a preservar a natureza que nos rodeia.


Esta é uma sugestão para quem mora perto de Aveiro e não conheçe e/ou para quem planeia passar por aqui perto em viagem e que poderá aproveitar para visitar. É uma árvore centenária, um elemento natural com mais ou menos 500 anos que está classificado de interesse público. Mas há muito mais património natural interessante a visitar nesta região. Este é só um ponto de partida...


Então partimos da cidade de Estarreja, distrito de Aveiro, passados cerca de 5 kilómetros chegamos á freguesia de Veiros. Seguindo várias placas que informam a direcção da árvore, chegamos á rua de São Geraldo e á capela deste mesmo santo, e é no adro que encontramos a árvore centenária.

 

 
 

Sobreiro de S. Geraldo

(Coordenadas GPS: N 40º 44’ 46.4” | W 8º 36’ 24.1”)


Sobre o sobreiro de S. Geraldo, e de acordo com estudos efectuados pelos Técnicos do Instituto Florestal, através do seu sector de protecção e Vigilância dos Ecossistemas Florestais e Inspecção Fitossanitária, estes concluíram que a árvore em causa terá uma idade a rondar os 600 anos. Ainda no seguimento do estudo atrás referido, o sobreiro de S. Geraldo foi classificado árvore de interesse público.

Transcreve-se de seguida o teor do oficio de informação à Junta de Freguesia sobre o assunto em causa: "Informa-se V. Ex., que, por Aviso deste Instituto, publicado no Diário da República, II Série, n.º 101 de 30/04/1996, foi classificado de Interesse Público o exemplar de Quercus Saber L., vulgarmente conhecido por sobreiro, situado na propriedade acima referenciada, pertença da Paróquia da Freguesia de Veiros."


Floresce de Abril a Maio caindo as bolotas durante o Outono, sendo a casca renovada de nove em nove anos. Este Sobreiro encontra-se no Largo de São Geraldo e, é propriedade da Paróquia da freguesia de Veiros, possuindo um elevado valor paisagístico. Foi classificado nos termos do Decreto-Lei n.º 28 468, de 15 de Fevereiro de 1938 e do Decreto-Lei n.º 100/93 de 2 de Abril de 1993 como de Interesse Público.


Cientificamente designado por Quercus suber L., pertence à família das FAGACEAE. É característico pela folha persistente e pela sua casca, a cortiça. A cortiça protege o Sobreiro dos fogos e serve de abrigo a várias espécies animais (sobretudo insectos) e, vegetais (musgos, líquenes e algas).


Actualmente os Sobreiros são protegidos por legislação específica que proíbe o seu abate e a sua substituição por outras espécies. No domínio cultural são várias as referências aos Sobreiros: na literatura, na poesia, na pintura, na arquitectura, na fotografia, na azulejaria na tapeçaria e artesanato e até na toponímia local.


Vamos sair de Veiros, continuando o passeio até á Ria de Aveiro seguindo em direcção ao mar...

 

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